segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Carnaval suíço - "Fasnacht" na Basiléia

Em fevereiro de 2015, duas amigas, cujos maridos também estão fazendo o mesmo MBA do Daniel, me chamaram para ir no último dia do Carnaval da Basiléia.

Confesso que como uma boa brasileira, eu não estava esperando grandes coisas. E nem poderia, já que temos o maior e mais animado Carnaval do mundo! Ainda mais em pleno frio de fevereiro...

Não falei nada sobre a minha baixa expectativa para as duas amigas (uma indiana e uma sul-africana) e fui sim conferir.

Qual não foi a minha surpresa ao ver aquele bando de gente na rua, desfile de centenas de "carros alegóricos", fantasias, máscaras, bandas, confetes, crianças, adultos, idosos e perceber que era sim animado?

Claro que um animado diferente. Um animado "suíço", "europeu". Mas ainda assim, divertido. Aliás, no fim nos divertimos horrores!  

O Carnaval começa sempre na segunda-feira que antecede a quarta-feira de cinzas, as 4 da manhã, quando a cidade inteira apaga as luzes e as pessoas desfilam com lanternas. É uma tradição que acontece desde 1835.

Dá para perceber que tudo ali é muito bem planejado e organizado, nos devidos padrões suíços. Ninguém bebendo na rua, muitas crianças participando... sem baderna, confusão e baixarias...

O desfile dos carros alegóricos e das bandas começou pontualmente. Eles passam por diversos pontos da cidade mas começam na Marktplatz, em frente à Prefeitura.

É muito engraçado porque os carros alegóricos não são bem carros alegóricos... Nesse ponto estamos anos luz na frente dos suíços...

Veja só como são os "carros alegóricos" deles (beeem caseiros, rs):


Estacionamento dos "carros alegóricos"



São muitas vezes puxados à mão ou por simples caminhonetes...

Outros tem gosto muito duvidoso...





E olha o carro alegórico do Brasil vindo aí:




Outra coisa que achei muito engraçada é que durante o desfile, as pessoas mascaradas que ficam dentro dos carros ficam jogando frutas (laranja, banana e mixirica) foram os que mais vi), legumes, doces, balas, sucos de caixinha, energético, flores, brindes e outras coisas estranhas em quem está assistindo... a graça é ficar ali chamando a atenção deles para que te atirem alguma coisa... não entendi qual é a lógica disso, mas tudo bem.








Quando vimos alguns com mini garrafinhas de vodca, começamos a pedir para que jogassem para a gente e eles apontavam para o peito e faziam sinal de "não" com a mão.

Depois de um bom tempo entedemos que, para ter direito às garrafinhas de vodca, você tinha que comprar um adesivo e colar no peito. Só na suíça mesmo que conseguem manter tamanha organização em pleno Carnaval...

Nem quisemos saber o preço do tal do adesivo, continuamos assistindo ao desfile sóbrias mesmo. Abaixo, as bandas passando:





Vira e mexe vinha alguma criança pentelha jogar confete na sua cabeça. Mas eles não "jogavam" simplesmente. Eles vinham, jogavam os confetes e "embananavam" todo o seu cabelo pros confetes ficarem presos no meio. Ou seja, eles puxavam o cabelo, um horror!!

Ou então, eles vinham e jogavam uma tonelada de confetes no seu capuz para quando você virasse, cair tudo na sua cabeça. Depois de um dois meses, juro, ainda encontrava bolinha de confete na minha casa.

E o mais curioso é que depois deles virem jogar e te descabelar, eles voltavam, te cutucavam e quando você viarava com aquela cara furiosa de "você de novo", eles te entregavam uma flor... mais uma vez: coisas da Suíça...

A minha amiga indiana era o alvo na maioria das vezes... coitada, deve estar encontrando confete até hoje.








Quando cansamos de assistir o desfile e levar confete na cabeça fomos dar uma volta na cidade com a nossa amiga japonesa que já mora em Basel faz alguns anos e encontramos diversos grupos de pessoas fantasiadas.

O primeiro deles, do nada, pegou de repente a minha amiga sul-africana no colo... aprendi que no geral, suíços não gostam de contato físico e nem visual, mas esses aí pelo jeito fogem à regra...








Adorei ter conhecido o Carnaval deles e, como não sou muito fã do Carnaval do Brasil, no fim das contas me diverti mais aqui do que lá, bem ao contrário do que estava imaginando! 

Voltando no trem para Lausanne, olha quantas coisas foram jogadas na gente! Isso que nos livramos de boa parte das coisas pelo caminho! 





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